Familiarize o seu filho com finanças
Começando a familiarizar o seu filho com o mundo das finanças
Os psicólogos aconselham, começar a conversar sobre finanças, quando a criança passa a ter algum interesse sobre elas. Isso geralmente acontece na idade dos 5 a 6 anos. Primeiro, precisa de tirar as dúvidas ao seu filho, tornando-lhe o conhecimento acessível.
Fale sobre as principais necessidades da família.
A criança deve compreender que nem todos os seus desejos, são possíveis de ser satisfeitos, e que o dinheiro dos pais deve ser usado principalmente, para atender as necessidades básicas da família.
Essas informações ajudarão o seu filho, a conhecer os principais termos do mundo das finanças, e o tornará apto a navegar pelos conceitos económicos básicos.
Ao planejar uma ida ao shopping ou ao mercado, faça uma lista junto com o seu filho das coisas que precisam comprar.
Se o seu filho ainda não souber escrever, deixe que ele faça uns desenhos. Na loja, oriente-se pela lista, e peça a criança para ajudar a escolher os produtos que vão comprar. Isso irá ocupar a criança, e evitará os pedidos de brinquedos ou doces.
Ensine o seu filho a escolher o produto certo, e a prestar atenção à qualidade e ao prazo de validade.
Converse com a criança, sobre as profissões dos membros da família. Conte sobre as responsabilidades de cada um em seu trabalho. Se possível, organize uma visita ao seu local de trabalho. Explique-lhe, que todo o trabalho é importante e gratificante.
Não deixe de lado as coisas ou brinquedos quebrados
Explique-lhe, que não é possível comprar um brinquedo novo, sempre que ele se estragar. Pois o dinheiro já foi gasto naquele brinquedo. Procure encontrar uma solução, juntamente com a criança. Uma escolha acertada, é tentarem encontrar formas de consertar o brinquedo danificado.
Já que a principal atividade das crianças pequenas é brincar, os fundamentos de uma educação financeira, serão aprendidos mais facilmente, quando ensinados de forma lúdica.
Os professores sugerem as seguintes brincadeiras para ensinar finanças ás crianças
- “Brincar à loja”
A criança e o adulto revezam-se nos papéis de vendedor e comprador. Podem até usar objetos e fotos de produtos que a criança conheça.
No caso de crianças com menos de 5 anos, é preferível usar embalagens, recortes de revistas ou adesivos como produtos e um dinheiro de brincar, como forma de pagamento. Já as crianças mais velhas podem “pagar” os bens com moedas ou notas de verdade dadas pelos pais.
- “Brincar ao banco”
O jogo apresenta à criança a estrutura do sistema bancário, e às operações bancárias básicas. Antes de brincarem, é sempre melhor levar a criança a um banco de verdade, em que possa interagir ou, até mesmo, realizar alguma operação com o banco.
A criança e o adulto assumem alternadamente as funções de caixa, e do cliente, operando algumas funções, como por exemplo: fazer alguma transação, abrir uma conta ou fazer um depósito.
Esses jogos de faz de conta, ajudam as crianças a desenvolver o raciocínio e o comportamento correto diante de uma transação financeira. Além de tornar o ambiente das instituições financeiras, mais familiar.
- “Profissões”
A criança é apresentada a diversas profissões por meio de jogos e atividades no jardim de infância, escola ou ATL.
Os pais, por sua vez, podem contar sobre o trabalho de cada membro da família, e fazer brincadeiras divertidas que reforcem esses conhecimentos.
Ainda pode oferecer à criança, cartões com diversos objetos e ferramentas. A sua tarefa será determinar, qual profissão requereria cada objeto e a qual atividade seria empregue.
- “Aprendendo a lidar com o dinheiro”
Neste jogo, o adulto mostra notas e moedas de dinheiro verdadeiro, e ensina como a criança deve contá-las corretamente.
Os pais podem incentivar os filhos a colocar as moedas de menor valor num cofrinho, e no final do mês, contar quanto foi acumulado.
- “Passeio à loja”
O objetivo deste jogo, é ensinar a criança a distinguir entre os bens essenciais dos supérfluos, bem como, aprender a seguir um orçamento.
Coloque imagens de diversos produtos dispostos sobre uma mesa, exemplo: pão, leite, bolo, gelado, videojogo, detergente para a roupa, etc. Onde cada imagem estará associada a um preço. Não será necessário fazer corresponder ao preço real do item. Se uma criança só sabe contar até 10, as etiquetas de preço não devem exceder esse número.
A criança deve ir à loja criada em cima da mesa e fazer as compras. Ela recebe 10 Euros para fazer compras para casa, como uns doces para a irmã mais nova e detergente para a roupa. Não será possível gastar mais dinheiro do que tem, e a criança deve priorizar os itens essenciais.
- “Propagandas”
Este jogo é adequado para um grupo de crianças. Ele desenvolve o raciocínio lógico e as habilidades de comunicação.
Vários produtos são exibidos na “vitrine”. A tarefa do “vendedor” é anunciar o produto, instigando a curiosidade dos “compradores” e tirando suas dúvidas para que queiram comprá-lo imediatamente.
Conceitos básicos de finanças para crianças em idade escolar
Crianças em idade escolar já têm um contato direto com o mundo do dinheiro. Elas começam a pagar seu lanche na cantina e algumas já pagam a passagem do transporte para a escola. Muitas já começam a ganhar mesada nessa idade. Portanto, é uma tarefa importante criar uma boa base para a criança aprender a lidar com o dinheiro:
Defina uma quantia de mesada para a criança
Planeie onde, quando e com o que se pode gastar o dinheiro. Explique-lhe coisas tão simples como: se comprar um gelado com o dinheiro que recebeu hoje, ela não terá o suficiente para pagar o lanche amanhã.
Converse sobre a importância de guardar o dinheiro com segurança
Explique o que a criança deve fazer, no caso de alguém lhe começar a pedir dinheiro na escola. Definam também, uma forma de guardar melhor o dinheiro para não o perder, ou ficar exposto ao furto.
Para que a criança aprenda como administrar as suas finanças pessoais, faça um planejamento financeiro com ela. Isso deve incluir todas as suas receitas e despesas.
Também pode começar a fazer um planejamento mensal, passando para um semestral e depois anual.
A criança deve saber que existem algumas coisas que ela nunca deve comprar, mesmo que alguém peça.
Cigarros, álcool e todas as outras substâncias proibidas, que fazem parte desses itens.
É aconselhado não dar grandes quantias de dinheiro aos mais pequenos, pois as crianças nessa idade, ainda não têm muita responsabilidade. Muitas vezes, deixam o dinheiro espalhado em qualquer lugar, ou até mesmo à mostra na bolsa aberta da mochila.
Inclua o seu filho no planejamento orçamental familiar, das compras de casa e das férias. Converse sobre todas as formas de economizar dinheiro e cortar custos.
Hoje em dia, quase todos os bancos já investem em contas “kids”, como forma de incentivo à poupança, supervisionado pelos pais.
Com a ajuda de um cartão deste tipo, a criança a partir dos 13 anos, já poderá pagar as suas compras e lanches na cantina da escola sozinha. Dependendo da idade e do banco, as transações podem e devem ser controladas pelos pais.
Se o encarregado de educação decidir dar à criança, o seu próprio cartão de débito, certifique-se de que a criança saiba usá-lo com responsabilidade.
Saiba que não é uma boa prática, oferecer dinheiro como recompensa pelo seu desempenho escolar. Não adote relações de ambiente de mercado, onde o amor e a confiança devem prevalecer em primeiro lugar.
Compre um cofre pequenino para a criança, e ensine-a como economizar para as pequenas coisas de que possa precisar.
Incentive o desenvolvimento do pensamento financeiro nas crianças.
Ofereça problemas práticos reais, brinque com ela aos jogos financeiros, e leia histórias educacionais com o seu filho, ajudando a que por ela crie estímulos próprios sobre este assunto.
Edição: Paula Gouveia